Jeff, o rabugento

Todos odeiam Jeff. Qualquer pessoa que o conhece logo associa palavras negativas a sua personalidade. Afinal, ele não mede palavras, diz logo o que vem na cabeça.
Num outro dia, na fila do mercado, uma senhora com seus sessenta e poucos anos esqueceu de pegar seus remédios, e teve que voltar para comprá-los.
- O que?? Vou ter que esperar essa velha fedida?? Eu não!! Por que ela não morre de uma vez e pára de me encomodar! - dizia aos berros no mercado ao mesmo tempo que largava tudo e saia de mãos vazias. - Se fosse outro que tivesse na fila ela não teria esquecido! Só porque era comigo!
Esse temperamento forte fazia com que Jeff tivesse poucos amigos. Não é à toa. Quem gostaria de ter um amigo desses?
Mas um problema o preocupava: as coisas ruins só aconteciam com ele!
- Só porque era comigo!! Se fosse com outro não aconteceria! - repetia sem parar.
Então Jeff tomou uma decisão radical: fugir. E fugiu para longe. Fugiu para onde ninguém pudesse encontrá-lo.
E na solidão foi onde sua loucura atingiu o auge, pois não conseguia ser agradável nem com ele mesmo!!
Descobriu que não se amava.
Isso levou algum tempo para ser compreendido. Por fim, após um breve tempo, Jeff voltou para sua cidade, mais calmo, mais sociável.
Agora não xingava mais as pessoas, nem gritava, nem esperniava. Simplesmente ficava quieto. E as pessoas vagarosamente começaram a conversar com ele, se aproximar, fazer pequenas amizades.
E Jeff se conformou. Não com seus problemas, afinal as coisas realmente nunca davam certo pra ele. Se conformou que independente de seus problemas precisava respeitar o próximo, pois podemos conviver com muitas dificuldades, mas não podemos viver sem nossos amigos.

1 Response to "Jeff, o rabugento"

  1. Área Cultural says:
    2 de abril de 2009 às 20:49

    curti o final surpreendente! acredito que temos que saber respeitar cada qual com sua diferença porque se fóssemos todos iguais não teria graça nenhuma :*