Eder, dono da Boate Azul, localizada na BR 470 na cidade de Indaial, andava muito desanimado com os negócios. Afinal, cada vez menos clientes procuravam suas mulheres. Mas Eder era um homem esperto, e viu a necessidade de contratar uma estrela para a sua zona, ou como estão chamando atualmente, casa de massagem.
Contratou, então, a Mulher Samambaia. Por mais que ela não aceitava fazer programas, foi a sensação local. Muitos machos apareceram babando para ver de pertinho a musa dançar e se esfregar no longo ferro localizado bem no meio do palco.
Durante dois meses sua casa de massagem foi a mais disputada em toda a BR Vermelha. Nos bares, a Mulher Samambaia era o assunto da mesa e até algumas mulheres passaram lá para conferir o cobiçado pedaço de mal caminho.
Mas, após dois meses, a Mulher Samambaia precisou voltar para São Paulo para continuar as gravações do Pânico na TV e o estabelecimento de Eder voltou a ter pouca visitação.
- E agora? - Pensou o empresário - O que farei?
Apostou na reforma de sua casa. Luzes a laser, globos, espelhos, muito cor-de-rosa, cadeiras de madeira polidas uma a uma, um chão tão brilhoso que era possível ver as calcinhas da mulheres que alí trabalhavam. Nos quartos, camas com veludo, banheiras de hidromassagem, conforto pra dar e vender.
Isso realmente deu resultado. Clientes mais refinados começaram a procurar a casa, mas ainda era pouco para Eder.
Mas a vida é uma caixinha de surpresa. E numa bela manhã de domingo, Eder recebe uma ligação, do seu primo Joseph Klimber, grande fazendeiro do Rio Grande do Sul.
- Primo, os negócios aqui na fazenda vão de poupa em vento! Está tudo muito bem!
- Aé, é? E qual é o segredo do sucesso? - Perguntou Eder sem interesse, pois sabia que o primo não iria responder.
- Eder, Deus me iluminou, botou ao meu lado Gaudêncio, o Fenomenal!
- Gaudêncio? Nunca ouvi falar...
- Oras, como não?! - Respondeu Joseph indignado - Graças a ele as galinhas estão pondo ovos como nunca!
Eder viu que seu primo tinha ouro nas mãos, e não hesitou em pedir Gaudêncio emprestado.
- Ooohhh, o Gaudêncio emprestado? Não sei, não, Eder, ele é tudo pra mim... quer dizer, pros meus negócios!
- Só por uns tempos, Joseph.
Depois de alguns minutos Joseph concordou, e Eder foi no outro dia mesmo buscar o seu salvador.
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